quinta-feira, 24 de maio de 2018

Set Analítico

Era uma festa com brinquedos coloridos, barulho e bolinhas espelhadas pelo chão.
Crianças, gritaria, pés descalços e pelúcias soltas pelos cantos.
Mães de salto alto, pais beliscando coxinhas e falando do timão.

Meu amigo, meu grande amigo, da escuta atenta e um olhar fino,  aquele que nos abraços me diz: “Conte comigo”, estava comigo.
Era para ser uma carona daquelas rápidas, para pegar a sobrinha e voltar com ela para continuar a brincadeira em casa.

Outro tempo.

Enquanto eu seguia entre algodões doces azuis turquesa e areias prateadas, ele ficou bem ali na porta.
Foi logo embalado por três gerações. 
Primeiro a mãe, depois a filha e a avó.

Ele, o terapeuta pego de surpresa. 
Elas, falando sem parar, mostrando a si mesmas como em uma grande vitrine gritando: desvende-nos!
A angústia precisava ser dita fora dos limites da sala, atravessada entre um gole e outro da bebida destilada, disfarçada de uma tarde infantil.

Quanta história.

Pensamos em sincronicidade, esbarramos em conceitos, ficamos boquiabertos. Cada encontro tem cada um! 
Lu, meu querido, um conto tem seu tempo e  história. Esse amor é sem palavra. Apenas está. Amor de quando a gente gosta muito de alguém e vive um monte de coisas juntos. E se emociona.

Então agora.


Maria Laura, SP.




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