quinta-feira, 8 de março de 2018

Paraíso

Anda, anda.
Tem uma janela aberta em cima.
Entrou uma cobra grande, preta e ágil.

Desliza.

Corre, corre.
Ela vai picar, um desespero.
Entrou uma outra pequena agora.
Filhote.

O medo.

Ela tem a velocidade angustiante do bote.
Não tem defesa possível, (se) entregue.
Foi por um triz, seu pescoço agora está cortado.

Sangra.

A pequena chega em frente ao garoto.
Ele a olha rendido.
A cobrinha torna-se gentil. Brincam.

Acordo.


Maria Laura, SP, sonho.

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