sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

O que se conta do que se viu

Cinco pessoas. Três homens, duas mulheres. Dois homens e uma mulher de cada vez. Um homem, Uma mulher.
Uma história triste construída na esperança da felicidade. 
Shots, clicks, momentos recortados, retratos da vida. 
Tragédia e comédia ilustradas no destino alheio. A intimidade revelada através das palavras. O veneno destilado em privacidade que contamina a mente, produzindo dor e tristeza na alma.
A idéia nem era essa, o clima não era tão destrutivo, depressivo, mas saiu assim.
Eles não puderam ser tolos o bastante para amarem e se mostrarem interessantes para elas. Elas não puderam se despojar da identidade que lhes colaram para poder viver além da trajetória mal encontrada dos planos frustrados de Eros.
A insegurança travestida no controle, declarado pela idéia de juízo ou bem pensar, revela o ciúme, menos do objeto amoroso declarado, mais da inveja de não ser como o outro, aquele que reluz e fascina nossa mais vil vaidade. Quero dele aquilo que queria que fosse meu. 
Dou tudo por ele. 
Dou tudo por ela. 
Dou tudo por mim. 
Para você, não dou nada.

Simone de Paula – 10/01/2018

Texto-comentário baseado na articulação do livro ‘De Verdade’, de Sándor Márai, e os contos ‘O canalha”, de Nelson Rodrigues e ‘Queda que as mulheres têm pelos tolos’, de Machado de Assis.

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