quinta-feira, 13 de julho de 2017

As Lolitas

As risadas cortam o som forte das ondas batendo no casco do barco e a música suave do vento nos meus ouvidos. Meus olhos procuram crianças, mas encontram as meninas crescidas. Duas Lolitas brincam, ora meninas, ora mulheres. Estão apaixonadas, diz os olhares cúmplices que trocam. São melhores amigas desde pequenas, mostram os pais que as acompanham. Eles estão lá com elas, mas elas estão sozinhas, livres, conectadas apenas uma a outra. Desejam.
Olho em volta e não sou apenas eu que observo. O rapaz ao meu lado também sabe que ali tem mão de Afrodite, tem desejo, sedução, união. Ele sabe porque vive o mesmo com sua menina. Eu sei porque vivo o mesmo com meu menino.
O momento é de tranquilidade. Toda a excitação do passeio e da exuberância da natureza, já passou. Ê tempo de contemplar. Elas cessam, se deixam adormecer, lado a lado, encostadas, seguras, tendo tido como último olhar, antes da pálpebra se fechar, aquela que atende ao mais encantados dos sentimentos.

Simone de Paula – 14/07/2017


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