sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Retiro de Yoga


Saímos de São Paulo com um dia nublado. A previsão do tempo: só chuva em todo litoral.Mas nosso destino era um retiro de yoga e o clima não iria interferir muito.
Chegamos em Ubatuba ainda de dia, pois escolhemos ir cedo e ainda almoçar no caminho. Foi uma delícia. Eu e a Cris ,muita conversa sobre a gente e todo mundo que a gente conhece.  Fomos direto para a pousada e dali para nosso quarto. Descansamos um pouco sob o som da chuva incessante e o ar fresco, num lugar rodeado de mata. Era quase inverno, estava frio.
O primeiro encontro com o grupo aconteceu ao anoitecer. Alguns ainda não tinham chegado, mas a maioria já estava reunida, com seus cobertores e ansiedade, para um mergulho profundo, de corpo e alma. Nos apresentamos, ouvimos e cantamos mantras, respiramos e já nos sentíamos mais leves antes do jantar.
Tudo ali estava silencioso. Éramos em poucos e só nós. O único barulho era a chuva que caía e parava. Nossa conversa podia ser num tom baixo, num ritmo mais lento. Todos falavam, todos ouviam.
O jantar foi delicioso. A comida vegana saborosa, leve e colorida. Os chás quentinhos.. Boa noite e fomos dormir.
No dia seguinte, acordamos cedo e seguimos para a primeira prática do dia. Uma coisa que adoro é fazer yoga em jejum, bem de manhãzinha. Fizemos muitos exercícios, sem pressa, com permanência e variação, o tempo dali era todo nosso. Depois de três horas, relaxados, seguimos para o café-da-manhã. Comemos, conversamos, rimos e olhamos a chuva, incessante. Tínhamos algum tempo livre até nos reencontrarmos para a palestra sobre um dos chakras Assim, foi, sem expectativas e ben surpresas. O almoço encantou pelas cores, aromas e sabores. Logo depois, resolvemos fazer uma breve caminhada, aproveitando a chuva que tinha parado. Em menos de meia hora, o céu fechou, mais uma pancada, era hora de ler, dormir, descansar . No final da tarde, mais uma prática. Longa, lenta, revigorante.  Num sábado chuvoso na praia, veio a surpresa, a energia acabou. A prática seguiu no escuro, com luz de velas. Éramos guiados pela voz suave do instrutor e pelos nossos sentidos. O corpo ali tomou uma proporção agigantada, era só ele e o espaço. As sensações foram tão intensas que não há muito como descrever. Eu não estava de olhos fechados, mas minha visão não conseguia amparar meu desequilíbrio. Terminamos a prática e entramos em um dos relaxamentos mais profundos que fiz na vida. Estávamos todos tão introspectivos e colados em nós mesmos que no final ninguém se moveu por quase meia hora. Jantamos, conversamos e rimos, era um grupo conectado, carismático, simpático.
Após uma noite de sono profundo, uma nova manhã de prática, desjejum e naquele domingo a gente conseguiu chegar até a praia, pois a chuva tinha parado. Caminhamos, molhamos os pés, conversamos. Eu e a Cris estivemos bem juntas naquele final de semana, ela fica mais inteira, mais relaxada. Talvez ela não perceba o quanto esses retiros deixam ela mais tranquila, mas eu, que a conheço desde que nasci, percebo.
Voltamos da praia,  tomamos banho e colocamos as malas no carro. Seguimos para o almoço e um fechamento do retiro, com conversas, mantras, presentes. Voltamos para São Paulo debaixo de chuva, mas tranquilas.
Somos em três, eu, Cris e Dani, mas a Dani raramente vem. Quem sabe no
ano que vem faremos uma viagem juntas, irmãs e mamãe, precisamos disso na vida adulta.

Simone de Paula - 09/02/2017



Conto-relato de um retiro de yoga em Itamambuca, que aconteceu no primeiro final de semana de junho de 2016, com o professor Rudra, na Pousada Samudra

Um comentário: