sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Sob o céu do Oriente

'Sob o céu que nos protege' me impactou profundamente no passado. A imagem do céu, da terra e da mulher, traziam mais beleza e poesia do que eu poderia descrever. Meus sentidos traduziam tudo aquilo que estava estampado na tela com uma mistura de desejo e proibição, próprio das coisas que serão desobedecidas.
Eis que um dia eu amanheci no Oriente, e isso faz mais de três anos. Mas nada ali era árido o bastante para me levar a experimentar um Marrocos dos anos 20, nem viver um reencontro com algo perdido na minha existência.
Ainda não cheguei naquele lugar, mas passo por outro que me ativa a memória tatuada por Bettolucci. O céu, tá lá. A terra seca, ocre, também tá lá. E eu?
O Oriente sempre me fascinou. Imaginei encontrar do outro lado do mundo a minha tribo. Ainda não foi hoje. Mas atravessei a fronteira de novo e quem sabe o que encontrarei?
Cruzei com nômades transitando pela vida, dormindo no chão da cidade.
Já me assumi nômade, mas olhar aqueles ciganos ali, dormindo nas calçadas, me dâ a mesma mistura de desejo  e proibição. Mas dessa vez, isso não vem do outro, é a recusa em viver 'nessas condições'.
Que porto seguro eu espero encontrar?
Ainda falta o tempo que sobra. Um dia eu chego lá.

Simone de Paula - 8/9/16

Inspirado nas montanhas de Persepolis

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