sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Primeiros passos

No meio da aula, entrecortada por perguntas e comentários, ouvi discretamente a frase "vou acompanhar uma viagem ao Irã em setembro". Meu coração disparou. Fui.

Esses dias me produziram muitos questionamentos. 
Sem estrutura de pensamento, eles promoveram um sem fim de impressões e sentimentos que insistem em se manifestar, mas sem se organizar. E muito menos se expressar em forma de palavras. Perguntas, essas não aparecem, se escondem como os cabelos das mulheres embaixo dos véus do Oriente.

As coisas fazem sentido, não importa de que lado você esteja.
Ela defende a condição atual, mesmo sofrendo muita repressão. Mas só o fato de não estar num estado de miséria ou de guerra, já basta para aceitar uma condição ruim.

O tempo passa, os sistemas que se organizaram de forma funcional passam a fraquejar e naturalmente uma revolução acontece. Não aquela que conhecemos, com armas, protestos e golpes, mas a verdadeira, forjada internamente, pelas acomodações e insatisfações que fazem qualquer projeto ruir. Tudo que não se move permanentemente, desaba. 

Ah, eu tô quase lá...... Eu queria já ter as palavras pra escrever o que tem sido esta viagem, mas elas insistem em serem palavras repetidas, que cansam meus ouvidos em escuta-las novamente. Queria um novo vocabulário, novas palavras se alinhando para falar de algo distante e desconhecido. Sim, carregamos sentimentos semelhantes. Sim, podemos entender, através da identificação, uma situação que não vivemos literalmente. Mas ainda assim, as impressões são sempre diferentes. As posições são outras e, nesse caso, é impossível encontrar compatibilidade. Nesse caso, tudo é único, exclusivo e intransferível.

Um sonho, um desejo: conseguir traduzir tudo isso inspirada pelo estado amoroso com que a musa, fada, maga Ana Figueiredo me ensinou a ver as coisas

Simone de Paula - 14/9/2016

Pimeiras palavras sobre minha viagem ao Irã.

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