terça-feira, 12 de abril de 2016

Onde não se existe mais.

Voltei para aquela sala de espera em que vivi tantos momentos. Me vi distante e percebi que nunca tinha parado para pensar o quanto nossas histórias estão ancoradas no espaço. O quanto aquela sala tinha acolhido a minha tensão, a dor de não saber o que viria depois e as lágrimas que transbordavam porque já não cabiam no corpo.

Logo me veio a imagem daquelas pessoas que voltam para a cidade da infância para visitar a sua casa e descobrem que a casa não existe mais. Fiz isso uma vez, com uma casa em que passei uma temporada de verão. Quando voltei, existia uma casa, mas já não era a minha. E, a árvore que me acompanhou nessas férias, já nem mais existia.

Para onde vai essa infância? Onde ficou a árvore? Apenas nas minhas lembranças? Mas, onde ficaram as marcas das paredes, as janelas abertas para a rua, os detalhes da lajota? Para onde vai tudo que eu fui ali?

Carla - 12/04/2016

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