sexta-feira, 25 de março de 2016

O pulso da vida, a morte.

Meu coração só pulsa por você. E ainda ele pulsa!
A revelação aconteceu num noite quente, num sonho desencontrado, na angústia ao acordar e na insônia que me impedia de voltar a dormir. 
O que eu queria, voltar ao sonho que insistia em dizer que a lacuna era grande demais, ou devanear e tentar reparar a lacuna, inventando a reaproximação que só existia na minha imaginação?
Nós estávamos no mesmo lugar, onde ainda estamos.
Eu esperava. Te esperava. Te via e sabia que você me via, mas não me olhava.
O que aconteceu com nós dois?
Como as coisas acabam é um mistério? A gente sabe que terminou e aí tenta reconstituir os fatos para saber o que foi que levou ao fim, e descobrimos que foi quando tudo começou.
Tudo que começa um dia acaba, diz a música, diz a vida.
O convite veio dela, que não sabia de nada, mas como boa anfitriã, reuniu alguns dos amigos queridos. Será mesmo que ela nos queria ali? Eu te vi chegar. Eu já sabia que você iria. 
Sentada naquele sofá de couro marrom sem nenhum charme, ansiosa e decepcionada, esperava. Não te daria o gosto de ir até você mais uma vez. Tudo começou assim e naquele dia eu resolvi esperar, não pelo seu tempo, mas pela tua angústia e/ou tua atitude.
Quieto, como sempre, vestido com a máscara da gentileza, que te serve tão bem. As meninas animadas seguem o grupo que te leva. Você vai e eu espero. Será que o que eu espero é mesmo você?
Você não vem e a minha desistência é acordar. Que covardia a minha, fugir da verdade acordando.
Um dia, quem sabe, ao invés de acordar, eu levanto e vou embora, acreditando no fim.

Simone de Paula - 25/03/2016

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